E agora, estou diabética. Diabetes gestacional. Sim, eu sei que na maioria dos casos passa após o parto. Também sei que, desde que controlada, não há consequências graves nem para mim, nem para a criança. Sei que o controlo da coisa passa por um sacrifício necessário. Sei que há coisas piores. Mas porra, posso estar triste, ou não? É mais um factor de stress, mais uma limitação.
Não quero que me mimem, que me comparem com quem teve gravidezes piores, que me tentem animar, que me passem a mão pelo pêlo, nem que gritem comigo porque estou a exagerar (sagitário e hormonal, remember?). Quero estar sozinha. Quero, não, preciso. Preciso de primeiro encaixar as peças na minha cabeça e orientar-me dentro desta nova realidade. Só eu o posso fazer. Não o consigo fazer é de um dia para outro. Não é que possa beber um gin tónico e relaxar ou fazer uma corridinha para arejar a cabeça, não é? A única coisa que me podem fazer para me ajudar, é deixar-me quieta no meu canto. Sem conselhos ou mimos ou chamadas à razão. Let me be, please. Tenho um puzzle mental para fazer.