10 de julho de 2008

Crónicas da mesa do café VII

Entusiasmadíssima, não se calava com a sua última paixão, fulminante, com a qual havia sido atingida na noite anterior. A conversa era sempre a mesma: desta é que era, ele era espectacular, tinham tanto em comum, nunca se tinha sentido assim... O costume. Eu, já não a ouvia, não pela repetição de emoções fortes, porque até gosto de a ouvir, mas por algo que tinha sido dito no início da conversa, que me fazia pensar em como a perspectiva que temos das acções, quer sejam as nossas ou as dos outros, é completamente diferente, dependendo das pessoas que as analisam. Só vimos realmente aquilo que queremos e não a totalidade do que se apresenta à nossa frente. Essa visão selectiva tolda-nos o pensamento e a interpretação do momento.
Aquilo que por ela, era encarado como algo nobre e com algum sentido altruísta, para mim, era um meio impróprio para atingir um objectivo inglório e roçava a falta de respeito. Resta agora saber, qual das perspectivas está retorcida, a minha ou a dela...

2 comentários:

  1. Ah Cat...
    Andas perdida/reencontrada nesses devaneios? Possivelmente és tu quem terá razão, não sei... o mais provável é nem teres dado a tua opinião... Mas também sei que a sensação que tens é que o homem da vida dela tem uma esperança média de vida muito curta.

    Quantas vezes já ouvi do mesmo, e tantas vezes engoli esse discurso quando eu própria estava a sofrer um desgosto de amor... egoismos!

    Ah... e essa coisa terrível que é darmos valor a coisas diferentes, usarmos as mesmas palavras para exprimir coisas que nada têm em comum, todos esses problemas de comunicação, se já reparaste neles, é uam questão de ter cuidado em depurar o que te dizem e como te dizem, e interpretar!

    Mas nem tudo são agruras! prémios no blog (sim, plural!)!

    *** (e o teu texto está muito bem pensado e muito bem escrito :))

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  2. Somos todos diferentes Cat, pensamos, sentimos e agimos diferente, mas procuramos todos o mesmo....menos sofrimento e mais felicidade... se pensares assim torna-se mais fácil ouvires o que quer que seja com paciência.

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