O campo

Como alguns dos meus amigos gostam de dizer, eu vivo no campo. Ou no quinto pino, como lhe queiram chamar. Nos arredores de Lisboa, é realmente chato para ir trabalhar de manhã, mas tenho qualidade de vida, pelo menos ao fim de semana. O que me faz gostar do "quinto pino" é a tranquilidade. É normal acordar com dezenas de pássaros a cantar na janela ou ter coelhinhos a saltitar à porta de casa. E na rua, poucos carros passam. E ao fim de semana, não se passa nada, a não ser as frequentes festas, cá em casa.

Ao sair hoje pela manhã, para tomar café e ir comprar duas coisas ao supermercado, em pleno Agosto, estava à espera de usufruir da tranquilidade que tanto apregoo. Pois é! Estava bem enganada!

No café estava uma fila que não se podia, pelo que, decidi adiar a minha italiana para depois das compras.

Trânsito?!? No meio quilómetro que separa a minha casa do supermercado, "pára, arranca". Mas está tudo louco?! Só se for um tractor, que esteja para aí a empatar a circulação... Afinal, era por causa da feira (as feiras já ultrapassam toda a minha capacidade de encaixe, morar no campo sim, mas sem entrar em exageros sociais).

No supermercado, previ logo a mesma confusão, quando tive que esperar que alguém saisse, para poder estacionar. À bom "portuga", com o supermercado cheio, três caixas abertas, para promover o caos. Filas intermináveis, sem espaço para crescer. Bom, muito bom. Ao fim de quarenta minutos, consigo sair dali, com as (parcas) compras feitas.

Next stop: o café, outra vez. Grrrr.... Já passa do meio-dia, não é suposto estarem em casa a preparar o almoço, não?!? Mas lá consegui beber a minha italiana à pressa e comprar pão para comer qualquer coisa em casa, porque, ali, não ia conseguir, com toda a gente em cima do balcão.

Tranquilidade, só mesmo quando voltei a entrar em casa. Gozam, gozam, mas parece que neste fim de semana, toda a gente se mudou para o campo...