24 de março de 2009

Amizades

Falávamos de amizades. De como já tínhamos sido magoados por alguém, com quem pensávamos partilhar um determinado grau de amizade. De decepções e de mágoa. Maiores ou menores. Daqueles que pensávamos ser amigos para a vida, mas que, de repente, se transformavam em seres desconhecidos ou, pelo menos, em pessoas diferentes daquilo que a nossa percepção dava como certa. Falávamos de quem sofria, muito ou pouco, de quem dava segundas oportunidades, de quem tirava satisfações e de quem não dava importância a uma amizade perdida. Falávamos da forma como considerávamos as amizades, de como as criávamos e de como as alimentávamos. E de como acabavam. Falávamos de quem já teria, ou não, “aprendido a lição”. Eu, não sei se aprendi “A lição”, mas aprendi, a custo, que a maioria das pessoas não merece estar no pedestal que eu, orgulhosamente, erguia. Aprendi, às cabeçadas, por ser teimosa e sonhadora, por dourar a pílula e encobrir os defeitos (ou efeitos... cáusticos), por manter algumas pessoas em indevido estado de graça por tempo indeterminado, só para não ter que dar o braço a torcer e para evitar um “I told you so!”, de mim para mim. Mas aprendi o suficiente, para me continuar a deixar surpreender pela positiva e ignorar as decepções. Aprendi a levantar defesas e deixar-me conhecer. Aprendi a não me pôr à margem e a dar oportunidade ao destino de me apanhar distraída e me apresentar pessoas, que efectivamente merecem estar na minha vida. Aprendi que as amizades nos encontram, onde e quando, menos esperamos.

5 comentários:

  1. Graças a Deus !

    É, talvez, sinal que a intolerância
    está a baixar armas.

    EU

    ResponderEliminar
  2. Minha Amiga, este é o tipo de post que é genuinamente "teu", e que francamente gosto de ler.

    Os amigos, os verdadeiros encontram-nos sempre "onde e quando menos esperamos" e principalmente moram connosco onde estivermos e em tudo o que fazemos.

    É por isso que serás sempre minha Amiga. :-)

    ResponderEliminar
  3. Cat,
    Não sei se somos amigas...não sei se tivemos tempo para desenvolver isso que todos chamam amizade.
    Sei que te quero bem, que podes contar comigo e que dure o tempo que durar, vai valer sempre a pena.
    Não crio expectativas, não faço cenários. Aprendi cedo que as coisas têm um tempo, sinto sempre que a vida é uma viagem. Vão entrando e saindo pessoas, umas seguem a viagem comigo,outras vão para outras paragens.. Mesmo as pessoas que fui deixando ou que acabaram a viagem num determinado sitio é porque (sinto hoje) que não havia mais espaço para continuar. Há medida que vamos crescendo, vamos mudando algumas facetas e quem estava connosco num periodo, pode não conseguir acompanhar o seguinte.
    Não te senti ter defesas comigo, não senti que não fosses genuina e aberta para conhecer mais alguém. Ainda bem que tive a sorte que entrasses na viagem agora :-)
    Tu és realmente uma pessoa especial, digo isto de coração.
    beijo
    Kat

    ResponderEliminar
  4. Amizade é estar 20 anos sem se ver e retomar o contacto como se nenhum tempo tivesse passado.
    Não há muitas amizades assim.
    Bjs


    N

    ResponderEliminar
  5. Palavras para quê?é tudo real o que escreves. Há dias ouviu que não devemos esperar que os amigos sejam como nós, que deviamos aceitar tal e qual como eles são. mas o ser humano n é assim, gosta sempre de moldar o outro à sua imagem e por xs dá faísca.

    Bjinhos

    ResponderEliminar