24 de maio de 2010

Cheirava às noites de Verão

Pela cara, corre-te uma lágrima. Só ias estender a roupa. O universo leva-te a muito mais do que isso. Não perdoa. A uma viagem ao passado. Traz recordações de momentos inesquecíveis. O olfacto afecta-te mais, do que qualquer outro sentido. A noite quente de verão ajuda. Ou não. Traz à memória cheiros de verões passados. De sítios distantes. Aos quais nunca voltaste. Por defesa. Mas que recordas com saudade e melancolia. Com carinho. Aos quais queres voltar. Muito. Sentas-te no chão e fechas os olhos. E pela primeira vez em muito tempo, assim sozinha, permites-te saborear a saudade. Era algo iminente. Inevitável. A dor da distância. A angustia da perda. A ansiedade da espera. O gosto do prazer. Outra lágrima. O teu coração dispara. Reprimes um impulso, quase incontrolável e deixas-te ficar. É melhor assim.
Vai, mas é, estender a roupa.

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