12 de junho de 2010

Another one bites the dust

Socialmente correcto ou não, o ideal seria assumir que, no trabalho, não se fazem amigos. Que não se dá confiança e que às seis horas da tarde (metaforicamente, claro), fica tudo para trás. Bullshit. Passamos lá grande parte do dia. Convivemos com aquelas pessoas dias, meses, anos. É impensável ignorar empatias e não criar amizades.
Ao trabalhar numa empresa com centenas de pessoas, torna-se tão fácil não suportar alguém, como construir uma boa amizade. Luckily, or not, consegui fazer ambas as coisas.
Quase uma década de trabalho e após um ano em Madrid, em que estavamos longe da família e dos amigos, criaram-se alguns laços, que magoam quando são desfeitos. Profissionalmente desfeitos, entenda-se. Ah e tal, socialmente não tem de ser assim, o blá blá blá do costume. Mas já sabemos que é assim mesmo e acabamos por nos afastar: "Ai que hoje não me dá jeito ir almoçar" ou "Quando voltar de férias, ligo-te" e quando damos conta estamos no " Eh pah, já não te via há uns anitos". That's life, deal with it.
Doí-me quando alguém de quem gosto, sai da empresa. Alguém com quem construi um projecto. Aquele projecto, que fez com que pusessemos a nossa vida privada (aquela que realmente importa) em standby. Alguém que estava lá desde o inicio, que nos ajudou na integração, com quem dividimos as alegrias das vitorias iniciais e que estava ao nosso lado, com o mesmo brilho orgulhoso nos olhos, naquele primeiro dia.
Resta-me saber que é melhor assim. Que, às vezes, a desmotivação e a desacreditação, se tornam num peso demasiado grande para carregar nos ombros. E que, quanto mais tempo se carrega esse peso impossivel, menor é a possibilidade de recuperação. Até que, a saída, se torna no único caminho possível, em prol da tão ansiada sanidade mental.
E com uma lágrima a bailar e aquela dorzinha no peito, característica das despedidas, resta-me desejar-lhe boa sorte e esperar que encontre um outro projecto que, quando concretizado, que lhe deixe o mesmo brilho orgulhoso nos olhos, daquele primeiro dia.

6 comentários:

  1. Por acaso o que sempre me disseram foi que "onde ganhas o pão não comas a carne"....essa de não se fazer amigos....nunca tinha ouvido!

    Só para que conste...nunca "cumpri" nenhuma dessas ideias/ conselhos... ;)

    Boa sorte para quem foi procurar "o brilho nos olhos perdido"....

    BEIJOOOOOOOO

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  2. Isso da carne, também. ;)
    É complicado não criar amizades, são horas de convivio a mais.

    :*

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  3. Obviamente. Também vale para as "inimizades". Pelo mesmo motivo.

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  4. Inimizades...Tenho tantas dessas! :P
    Mau feitio! ;)

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  5. Pois...eu nem por isso...sou um gajo muito amigável... ;)

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  6. =)) Custa sim. Mas é como dizes, se a pessoa já não se sentia realizada e tem possibilidade de voltar a ter esse brilho nos olhos, pois que seja feliz e que tudo lhe corra bem. Beijinhos!

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